Marafadizeres

Sou apenas metade do que era... com mais outro tanto de cidade... (desculpem a ortografia mas tinha teclado ingles)

sexta-feira, janeiro 04, 2008

O teu Nariz


Parece que foi ontem. Disse-te gosto do teu nariz. Do meu nariz disseste tu. Sim. Disse-te gosto do teu nariz. Sim. Porquê do meu nariz. Porque tem personalidade, disse-te. Nunca me disseram antes. Mas tem personalidade disse-te gosto do teu nariz. Nunca me tinham dito gosto do teu nariz. Mas eu digo-te meu amor, eu digo-te e gosto meu amor. Porque tem a tua personalidade. Porque é o centro do teu rosto no meu rosto. O centro do teu rosto que toca no centro meu rosto. Toca. O teu centro. O meu centro. Tocam-se. Eu digo-te meu amor. Parece que foi ontem. Disse-te lembras-te quando te disse gosto do teu nariz. Do meu nariz disseste tu. Sim. Sim lembro. E nesse momento as minhas mãos. As minhas mãos no teu antebraço. As tuas mãos do meu antebraço. As tuas mãos. As minhas mãos. Disse-te gosto do que sinto quando te toco. Disseste gosto do que sinto quando te toco. Dissemos gosto do que sinto quando me tocas. Sim lembro. Parece que foi ontem. E as mãos. As mãos suspiraram quando tocaram o antebraço. Ai. Suspiraram. As mãos falaram entre si o que a boca queria dizer. Disseram gosto do teu nariz. Sim lembro. A pele. Ai. A pele. Suspiraram. E o meu nariz no teu nariz. O meu centro no teu centro. Eu digo-te amor gosto de ti. Suspiraram. Gosto de ti. Gosto. E já não eram mãos. E já não eram antebraços. E já não era pele. E já não eram centros. Eu digo-te gosto. Gosto de ti. Gosto muito de ti. Éramos nós. Nós. E já não era pele. Nós. E já não eram mãos. Nós. Parece que foi ontem. Parece que foi. Digo-te parece que foi ontem. Disseste parece que foi ontem. Dizemos é hoje. Dizemos gosto-te. Hoje. Dizemos gosto-te.


para ti :)


marafado

terça-feira, setembro 19, 2006

Geometria descritiva pelo teu corpo

Na tu face quadrada pousei a minha cara circular.
E os nossos corpos ficaram paralelos.
No teu umbigo eliptico encontrei o teu ponto central
e desenhei uma recta pela tua barriga...
No angulo agudo das tuas coxas
desenhei circunferencias com a minha lingua,
enquanto os teus bracos me abracaram perpendicularmente.
Assim passamos a noite no rectangulo que e' a tua cama.
Deixamos a geometria de lado e desenhamos, juntos, linhas ao acaso
Sem regras.
Ate o lapis se gastar...

Marafado

Teatrices...

As reliquias que trago no meu peito e' no palco que eu as deito.
E sao tantas e tao grandes
que apenas tenho o palco da vida para as dar.
Escolhas.
Escolher de entre os escolhos.
Para ter alegrias aos molhos.
Para alegrar os olhos!
Fechar os personagens na palma da mao
para os engolir e guardar no coracao!

(este foi no Dia Mundial do Teatro, 27 de Marco)

Marafado

sexta-feira, agosto 11, 2006



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domingo, julho 02, 2006

Adeusinho


Foi Tão bom... lembras-te? Impossível fazer parar de crescer as flores dentro de mim.
A cada imagem nossa que passa por mim sinto uma nova flor se abrir.
Guardo os silêncios.
E abraço cada dia como se fosse o primeiro.
Como te abraçei quando te revi.
E de novo a música ecoou dentro do peito.
Rasgas-te os silêncios com um beijo vermelho.
Unimos as mãos e trocámos muitos sorrisos.
Ofereceste-me o teu abrigo como se soubesses que eu precisava de um.
E agora quando te espero meu amor,
o meu coração entra em arritmia compassada.
Como te espero!
Como te quero!
Nem que seja por uma ultima vez...
Porque são amargas as nossas despedidas pela manhã.
E depois da tua cama está tanto frio... e sinto o chão a ondular debaixo dos pés.
Voltarei a ver-te?
E todas as manhãs sinto o gosto daquela manhã...
...em que deixei a tua cama quando ainda era noite.
Dizer-te adeus foi algo que nunca aprendi a fazer... nunca quereria ter de aprender...
Porque não pode ser um "Até sempre"?
Ou um "Até já"?

domingo, abril 30, 2006

Poema para um Homem Grande

Vi-te aí nas alturas e fiquei cá em baixo a comtemplar.
E tinhas o céu azul como cenário de fundo.
Foste o primeiro homem que me fez sombra.
O primeiro homem que me escondeu dentro de si.
Com os teus braços sinto-me mais abraçado e menino.
Com os teus braços a palavra "abraço" toma um novo sentido.
As tuas mãos dão muito mais que quaisquer outras mãos.
Dá para viajar em ti.
Começo nos teus cabelos pela manhã,
descanso no teu ventre ao meio-dia
e quando chego aos teus pés já o sol quer ir dormir...
Quero passear os meus dias em ti...

 Marafado

quinta-feira, abril 20, 2006

amanheceres

Como era bom acordar ao teu lado.
Ver-te dormir foi das coisas mais bonitas que experimentei.
O teu soninho é tão lindo...
E quando te tocava ainda te aninhavas mais.
Sentir o teu corpo quente tão juntinho e sorrir-te no sono.
Então algo como um sorriso preguiçoso nascia na tua cara
e brindavas-me com um beijo de bom dia!
Era como se andássemos perdidos e só ali nos encontrávamos verdadeiramente.
Como se o dia todo caminhasse para aquele momento de intimidade.
Como nos detinhamos no olhar um do outro...
Tantas coisas complicadas se resolveram com um olhar pela manhã.
E como era difícil deixar a nossa cama!
Como sabíamos que tudo se ía acabar nesse breve instante em que nos levantávamos da cama.
Voltavamos a ser os mesmos seres distantes como sempre...
Na cama somos nós.
Fora dela não somos... nada.

Marafado

terça-feira, abril 18, 2006

matemáticas

Falas-me de controlo.
De segurança.
E fazes-me o jantar pela primeira vez.
E achas que isso basta.
Tenho a mágoa de todos os descontrolos,
de todas as inseguranças,
e de todos os jantares envenenados cozinhados.
Será que foi pedir muito que juntos erguêssemos uma ponte?
Fomos duas linhas paralelas apaixonadas que nunca se encontraram.
Caminharam a grande velocidade sem nunca se tocar.
Nem mesmo no infiníto, como no poema…
Fomos duas linhas paralelas que caminharam juntas,
lado a lado,
em sentidos opostos.
E se nos encontrámos,
o teu infiníto era o meu princípio,
e o teu princípio era o meu infiníto.
E ambos chegámos tarde demais.
Tão perto e tão distante.
Tão próximos que nem nos vimos.
Nunca nos cruzámos.
Mas ambos pensámos que sim.
Mas não aconteceu.
…talvez noutra matemática!

Marafado

meu querido pai

A primeira.
O primeiro.
Nao sai nada.
Sinto tudo.
Torna-se dificil nao te pensar.
Ao pensar sinto-te.
O longe torna-se perto.
A descoberta da grandeza do pequeno.
Alguem que me olha por dentro.
Alguem que me segreda.
Alguem me toca mas nao tem maos.
A tua constante ausencia esta' ainda muito presente.
Quizeste tanto viver que perdeste a vida.
Quanto mais te agarravas mais ela se desprendia.
Ate que largou.
E foste em paz…


Marafado

Nume'rico

Um.
Dois.

Um!


Marafado

Apara-Amor


E' sempre o mesmo...
Quando ainda ha ainda tanto para escrever
o lapis acaba.
Como no amor... quando ainda ha tanto para dizer
o amor acaba.
Mas existe o apara-lapis.
...existira' o apara-amor?

Marafado